04/04/2019 10:00

Serviço do Altar

Deum qui lætificat iuventutem meam (cf. Salmo 43, 4)

‘Ao Deus que é a alegria da minha juventude. (cf. Salmo 43, 4)’

 

Ao Deus que é a alegria da minha juventude: Dom, chamado, amor a Deus e à Igreja: o que justifica tantas crianças e jovens servindo ao altar?

Não é difícil nas celebrações litúrgicas encontrarmos crianças e jovens que ao desempenhar funções distintas, se destacam da grande maioria de fiéis. Eles fazem parte de um seleto grupo denominado: Coroinhas, acólitos e cerimoniários, aqueles que servem a Cristo no serviço do altar. De forma direta e discreta, passam, na maioria das vezes, despercebidos.

Os ritos sagrados fascinam os olhares mais atentos e elevam a Deus os mais piedosos, e para que tudo ocorra no mais perfeito decoro e harmonia, a Igreja conta com um time de primeira, que embora sejam dispensáveis para que a Santa Missa aconteça, os coroinhas, acólitos e cerimoniários, como grandes conhecedores da liturgia, auxiliam os sacerdotes a executarem os ritos prescritos.

Tais crianças e jovens se colocam à disposição da Igreja e em mundo que cada vez mais visa o dinheiro, o trabalho desempenhado por eles é de forma voluntária, que se destaca pelo amor e dedicação pelo simples fato de servirem a Deus e à comunidade. É um amor que se enraíza de tal forma, que marca a vida dessas crianças e jovens por muito tempo, pois não apenas cria laços com a Igreja mas abrange a relação e interação entre eles de tal modo que em muitos grupos a sensação que se tem é: não só de vínculo de amizade, mas familiar. Ser coroinha é pertencer a uma família de iguais, família esta que é unida pela doação, oração e zelo pelo sagrado.

É um dom servir ao altar, um dom que não exclui ninguém, e sim agrega, congrega, como o fogo que não se apaga ao dissipar-se, mas cresce e ilumina ainda mais. A alegria de servir espalha-se na vida dos jovens, pois é no altar que aprendem as coisas essenciais da vida, o respeito aos irmãos, o cuidado com os mais idosos, o zelo pelos mais novos... O serviço litúrgico amadurece a fé, dando novo sentido e significado às celebrações.

Também é dentro do grupo que Cristo suscita diversas vocações para a sua Igreja, sejam elas sacerdotais, religiosas, matrimoniais e de leigos e leigas engajados nos diversos trabalhos pastorais. Por isso é importante que a comunidade acolha e incentive as crianças e jovens neste serviço que mesmo não sendo merecedores, são enriquecidos por Deus com a graça de servir seu Filho através do altar. Este serviço é de grande responsabilidade que assumimos com alegria.

A Igreja sempre confiou as crianças e jovens para o serviço do altar, pois sempre soube que ele transcende as paredes do templo e penetra na vida desses jovens que doam sua juventude a Deus. A frase latina ‘ad Deum qui lætificat iuventutem meam’ (cf. Salmo 43,4) resume o fim último desse chamado, desse dom executado por coroinhas, acólitos e cerimoniários: A Deus que é a alegria de minha juventude. Um coroinha que gasta sua juventude servindo a Igreja, o altar, não a perde e sim, a santifica, ganha e a conserva intacta.

Felipe Toledo Grabe